Este artigo não é um artigo patriota nem um artigo contra nossa pátria, trata-se apenas de alguns aprendizados que podemos ter com o que os americanos desenvolveram.

Falando um pouco da história os países foram descobertos quase que simultaneamente, a diferença está com o que aconteceu com ambos países de lá para cá.

Os estados unidos reinou sozinho como a principal economia do mundo por muitos anos, e ainda impera por lá, entre os maiores, já o Brasil vem nos últimos dez anos tendo um salto econômico que nos faz chegar a sexta maior economia do mundo.

A diferença está em um ponto que afeta você e eu, a divisão desta riqueza. O brasil se encontra em quinquagésimo terceiro lugar no ranking que mostra a divisão do PIB pelo número de habitantes com U$ 12,919, enquanto os estados unidos se encontram na décima quinta posição com $U 48,148.

Temos em área quase o mesmo tamanho e em população por volta de dois terços da população americana, temos mais recursos naturais em nosso pais e não temos problemas com grandes desastres naturais como terremotos, furacões, grandes queimadas e vulcões como eles têm.

Mas então o que acontece, o que poderíamos fazer melhor ou diferente?

Tudo começa na educação, sou filho de professora de escola pública e tenho muito orgulho de sempre ter estudando em uma, mas calma lá, não é porque somos orgulhosos de algo que não podemos buscar melhoras.

Hoje tive o prazer de por meio de um programa do Rotary assistir uma aula junto com uma classe do ensino médio americano em uma escola pública de uma pequena cidade no estado de Nevada e o que vi foi simplesmente uma estrutura melhor que qualquer escola particular no Brasil que eu já tenha visitado (e já visitei muitas, mesmo na grande São Paulo).

Na educação deste país (ainda que eles digam que há muito a melhorar, o que me envergonha um pouco, pois estamos muito distantes do que eles querem melhorar) várias coisas me chamam atenção e aproveito este e-mail para dividir algumas delas:

Estrutura
Escolas bem estruturadas, corredores limpos, privacidade para os alunos deixarem seus materiais em seus armários (tive uma prima com problema de coluna devido a quantidade de peso que carregava, sei que ela é só mais um caso).
Sobre a estrutura outra coisa que me chamou atenção foi que o professor com sala ambiente(não é apenas para dizer que os alunos mudam de sala) tem em sua sala grande quantidade de material para ser usado como ferramenta onde o projetor e o computador na sala chega a ser apenas mais uma.
O professor pode até personalizar sua sala para facilitar seu trabalho, aqui exigimos que os mesmos deêm uma aula show com gis na mão em um mundo multimídia, tenha dó.
Ainda sobre a estrutura, difícil comentar a área esportiva e atenção que dedicam a esta área, mas isso eu falarei logo em seguida.

Formato do ensino
Uma das primeiras coisas que notei na diferença dos formatos é que temos uma base muito parecida e isto me animou, pré-escola, enfino fundamental, ensino médio, mas mais uma vez eu estava errado, existem diferenças gritantes na forma com as coisas acontecem, não vou abordar aqui questões estruturais sobre o laboratório de química por exemplo, mas sim nas opções que os estudantes tem para escolher algumas matérias.
Por exemplo o jovem pode escolher fazer aulas de artes, musica, teatro, entre outros, sim ele pode escolher algo e desde pequeno ir conhecendo de perto sua aptidão.
O esporte é algo muito valorizado em toda cadeia de ensino americana e ao meu ver ajuda as pessoas criarem senso de time(principalmente os coletivos), da maneira normal que o ensino ocorre é cada um por si, suas notas são individuais, você não recebe nota por trabalho em grupo e com certeza no futuro ir mal nesta matéria na vida real te traz um grande prejuízo.
Aqui nem todas as pessoas vão para faculdade, para nós dá a impressão de falta de estudo não ir, eles tem muitos colégios técnicos que permitem as pessoas se preparem para uma profissão, ah! Sim, profissão eles levam as coisas a sério, como quase tudo que fazem, mas isso falaremos em seguida.
Ao assistir uma aula no ensino médio americano o professor havida dado uma quantidade de páginas para os alunos lerem em casa  do livro Fahrennheit 451, um livro que conta de maneira filosófica como poderia ser o mundo em que nós não precisássemos pensar, tema escolhido a dedo para aquela aula, parecia que era para eu estar naquela sala naquele momento.
Ao invés de discursar sobre o assunto e sobre o livro que haviam lido o professor começou uma discussão, indagando os alunos a pensar, perguntando a eles sobre a opinião deles sobre as coisas do livro ao invés de : DIGA O QUE ESTA ESCRITO NO PARAGRAFO 6 DA PAGINA 3.
A discussão aconteceu e vi uma classe com 30 alunos simplesmente se unir em uma discussão, me lembrou a forma de Socrátes( o filosofo) tinha de ensinar aos seus discípulos. Vi jovens, esses que a gente vive reclamando que não querem nada com nada mergulhar nas discussões fazendo parte da construção daquele conhecimento e o mais importante dando sua opinião, participando, fazendo parte e não sendo mais um uniforme na cadeira que tem horário para entrar e para sair.

Cultura
O que falar da cultura, nesta ainda temos muito a fazer, talvez seja esse um dos pontos mais difíceis de realizarmos grandes mudanças, mais uma vez deixo claro que não tenho objetico de menosprezar nosso país, pelo contrário temos uma cultura muito rica(quando olhamos do lado positivo), mas temos pontos que realmente nos prejudicam muito.

Essa participação na sala de aula que me referi, essa possibilidade de escolha de suas matérias, esse engajamento coletivo atribuído aqui aos esportes é uma das turbinas que cria um povo mais proativo, mais unido e principalmente mais disposto.

Vou dar alguns exemplos e começarei com o que se refere a união, é quase uma constante você ver bandeiras americanas em frente as casas, empresas, carros, enfim por todo lugar, há uma grande comunhão de que o país é algo de todos e essa consciência começa em casa, como vamos falar de país se nunca nos interessamos nem por defender nossa escola,  nosso bairro, nossa rua?

O senso coletivo e de proatividade é tão grande que o voluntariado é algo normal por aqui, difícil é achar alguém que não se engaje em algum projeto, por exemplo 70% do corpo de bombeiros americano é voluntariado, não ganha nada, isto mesmo nada. Ontem mesmo visitei um museu em uma pequena cidade ao norte do estado de nevada que foi criado com a união dos moradores, doações de todos os tipos e o próprio museu é gerido por voluntários, simples assim, se querem um museu eles se juntam e fazem, infelizmente sei que passaríamos dias reclamando que o serviço publico não o fez. Aqui todos são o serviço público.

Está é uma opinião, apenas uma opinião, algo que estou aprendendo e que achei por bem dividir, claro que também temos muito a ensinar, mas hoje o objetivo era pensar em melhorias.

Um forte abraço e que nossas pegadas sejam marcas de um caminho de sucesso,

Rafael Régis Somera